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sábado, 20 de março de 2010

Governador do PI vai comandar campanha de Dilma no Nordeste

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), anunciou ontem que vai permanecer no cargo até o fim do ano, desistindo de disputar uma vaga no Senado. Ele disse ainda que será o coordenador no Nordeste da campanha da ministra Dilma Rousseff (PT) à Presidência, informou a Agência Folha.

Sobre sua própria sucessão, Dias disse que vai se empenhar para chegar a um nome de consenso em sua base aliada. A ideia de palanque único nos Estados em favor de Dilma é defendida pelo presidente Lula.

"A decisão de quem encabeça a chapa será minha. Eu assumir essa responsabilidade com os partidos", afirmou Dias.

A base governista contabiliza até cinco nomes na disputa: o vice-governador Wilson Martins (PSB), o senador João Vicente Claudino (PTB), o deputado federal Marcelo Castro (PMDB), o secretário de Educação, Antonio José Medeiros (PT), e o ex-secretário de Fazenda Antonio Neto (PT).

informou a Agência Folha

Juiz do Rio bloqueia os bens de Valério e de outros 6

O juiz Roberto Schulman, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, acatou denúncia do Ministério Público Federal contra sete envolvidos no escândalo do mensalão.

Entre os denunciados estão Marcos Valério, provedor das arcas cladestinas do PT; e o ex-procurador da Fazenda Nacional Glênio Sabbad Guedes.

Assina a denúncia o procurador da República Antonio do Passo Cabral. Ele acusou Glênio Guedes de receber verbas do chamado valerioduto.

Em troca, valia-se do cargo de procurador fazendário para favorecer bancos utilizados por Valério no escoamento das verbas que irrigaram o mensalão.

Além de Valério e Glênio, a denúncia que o magistrado Roberto Schulman aceitou acomoda outras cinco pessoas no banco dos réus.

A lista inclui Rogério Lanza Tolentino e José Roberto Moreira de Melo, sócios de Valério na empresa Tolentino & Melo Associados.

Inclui também o pai, a mãe e a companheira do ex-procurador Glênio: Ramon Prestes Guedes Moraes, Sami Sabbad Guedes e Cibele Gomes Gaicoia, respectivamente.

Ao acatar a denúncia, o juiz determinou, a pedido do Ministério Público, a “indisponibilidade” dos bens dos acusados.

A denúncia do Rio é um dos inúmeros “filhotes” do mensalão que correm nos Estados, à margem do processo-mãe, submetido ao crivo do STF.

O pedaço carioca da encrenca nasceu de investigações que apontaram incongruências nas declarações de Imposto de Renda de Glênio Guedes.

Verificou-se, segundo o Ministério Público, que o patrimônio do ex-procurador da Fazenda e de seus familiares sofrera uma “abrupta evolução”.

A anomalia já havia rendido a Glênio um processo administrativo na Corregedoria-Geral da União, que lhe custara o cargo de procurador.

Agora, a denúncia do Ministério Público Federal. Na peça, o procurador da República Antonio do Passo Cabral escreve:

1. “As evidências mostraram o aumento repentino do patrimônio dos réus sem justificativa se comparado com a renda declarada de cada um deles”.

2. “[...] A obtenção de outras provas, inclusive com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e de dados telefônicos de alguns dos acusados, foi decisiva em revelar de forma consistente a conduta dos denunciados”.

3. Apuraram-se “atos de corrupção e tráfico de influência”, além de “lavagem de dinheiro” –uma "tentativa de ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos recebidos".

4. “O benefício individual de alguns dos acusados passou de R$ 1,5 milhão”.

5. “As decisões favoráveis aos bancos ligados ao mensalão fez com que cerca de R$ 10 milhões não entrassem nos cofres públicos”.

6. Foram canceladas, de resto, “sanções pessoalmente aplicadas aos diretores e gestores das instituições”.

Os detalhes da denúncia foram expostos em nota divulgada na última quinta (18) pela Procuradoria da República no Rio. O texto pode ser lido aqui.

Os acusados negam participação nos malfeitos. Recebida a denúncia, terão a oportunidade de exercer o seu direito de defesa no Judiciário.

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Escrito por Josias de Souza

Eduardo retorna de São Paulo sem ter conversado com Ciro Gomes

O governador Eduardo Campos tomou o avião em SP por volta das 17h, desta sexta-feira, com destino ao Recife mas não conseguiu se encontrar, como era seu desejo, com o deputado Ciro Gomes.

Na capital paulista, o governador de Pernambuco deu uma entrevista para o jornal “Valor Econômico” e manteve contatos políticos com gente do governo e da oposição.

Ele iria se encontrar hoje com o deputado Ciro Gomes para uma troca de opiniões sobre a eleição presidencial mas o deputado cearense teve que viajar ao Rio e a conversa não aconteceu.

A disposição do governador de Pernambuco, embora chateado com as declarações do colega de partido sobre o governo Lula, Dilma e o PMDB, é não polemizar com ele porque senão pode ser pior.

Ciro é conhecido nos meios políticos como “pavio curto” e o melhor jeito de conviver com ele é lançar mão do tradicional “jogo de cintura” para que ele não se exacerbe ainda mais.

Blog de Inaldo Sampaio

Marina: Minha agenda não é "de direita ou de esquerda"

A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse ontem que não está construindo uma "agenda de direita ou de esquerda" para as eleições. E afirmou que não conhece o significado da expressão "neoliberalismo verde", cunhada por críticos de seus recentes movimentos em busca de apoio.

"Precisamos sair destes rótulos. Eu não sei o que significa esta história de "neoliberalismo verde". O que eu sei é que nós tivemos conquistas nos últimos 16 anos e elas precisam ser preservadas", disse Marina.

A polêmica ganhou força após o anúncio da adesão do economista Eduardo Giannetti da Fonseca, tido como supostamente mais identificado com ideias defendidas pelo PSDB.

"Sempre buscamos oferecer alternativas, à margem de partidos e de governos. Para isso, vamos discutir com as pessoas, sem rotulá-las e sem fazer policiamento", afirmou Marina.

Ela defendeu a autonomia do Banco Central, as metas de inflação e a manutenção do superavit primário. "Eu me lembro que, quando se falava em controlar a inflação e criar reservas, diziam que era uma política neoliberal. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso fez isso e o presidente Lula continuou fazendo."

Blog do Magno

PMDB usa programa para fugir à fama de fisiologista

Para fugir à fama de fisiológico, PMDB tenta se firmar como legenda de 'programa'

As últimas pesquisas prenunciam uma disputa presidencial renhida, de resultado imprevisível. Porém...

Porém, algo já se pode prever: vença José Serra ou prevaleça Dilma Rousseff, o PMDB terá cargos no novo governo.

A movimentação do PMDB na cena política do Brasil redemocratizado expõe um rastro de fisiologia.

A má fama converteu a legenda em piada. Uma delas, embora velha, é reiterada a cada eleição.

Diz-se no Congresso que, em meio às dúvidas que permeiam todas as sucessões, há uma certeza imutável: o líder do futuro governo será Romero Jucá.

Jucá foi líder de Fernando Henrique Cardoso. Hoje, lidera a bancada que orbita ao redor de Lula.

Numa tentativa de se livrar da pecha, o PMDB decidiu pôr suas idéias no papel. Deseja firmar-se como uma legenda de programa (sem trocadilho).

Munido da peça, planeja negociar o apoio a uma candidatura presidencial. Os cargos iriam à mesa como coisa "acessória".

Nesta quinta (18), o partido realizou a primeira reunião do grupo que vai deitar o programa sobre o papel.

Sob a presidência de Michel Temer (SP), candidato a vice na chapa de Dilma Rousseff, juntou-se gente com idéias distintas das do PT.

O grupo inclui o presidente do BC, Henrique Meirelles; o ministro Nelson Jobim (Defesa), o ex-ministro Roberto Mangabeira Unger...

...O líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves; um diretor da CEF, Wellington Moreira Franco; e o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Eliseu Padilha.
O repórter ouviu três participantes do grupo. Juntando-se as idéias que lhes ocupam os neurônios pode-se concluir que produzirão um texto de arrepiar o petismo.

Na economia, o PMDB deseja fortalecer o mercado, não o Estado. Prega a retomada de reformas negligenciadas sob Lula. A Previdenciária, por exemplo.

O partido torce o nariz para uma proposta que caiu nas graças de Lula e Dilma: a recriação da Telebras.

Advoga o fortalecimento das agências regulatórias, hoje aparelhadas pelo petismo.

Dá de ombros, de resto, para um documento que o PT consagrou no Congresso que realizou, em Brasília, no mês passado: o Plano Nacional de Direitos Humanos.

Fechado com Dilma, Michel Temer diz que a celebração do casamento PMDB-PT terá de ser precedida por uma “fusão” de programas.

Mas nem só de partidários de Dilma é feito o grupo destacado para formular o programa do PMDB.

O gaúcho Eliseu Padilha, por exemplo, ex-ministro dos Transportes de FHC, prefere que a legenda se associe à candidatura do tucano José Serra.

Amigo de Serra, o ministro Nelson Jobim não diz em público, mas também soltaria fogos se o PMDB caísse no colo de Serra.

Padilha e Jobim integram uma minoria. O mais provável é que o grupo pró-Dilma prevaleça naconvenção, marcada para junho.

Mas o programa do partido será multiuso. Se Serra vencer, vai à mesa também na negociação do apoio ao futuro governo tucano.

O PMDB se autoimpôs um calendário. A primeira versão do programa ficará pronta em 15 de abril. Correrá de mão em mão.

Recolhidas as sugestões de ajuste, um segundo texto virá à luz até o fim de abril. Será levado a voto num megaencontro marcado para 8 de maio.

Começa, então, a batalha para temperar a plataforma esquerdista que o PT entregou a Dilma com os condimentos de centro que agradam ao paladar do PMDB.

Afora o catecismo econômico comum (respeito às metas fiscal, cambial e de inflação), há dúvidas quanto às propostas que Dilma aceitará encampar. De concreto, apenas duas certezas:

1. O líder do próximo governo será o pemedebê Romero Jucá.

2. Seja qual for o eleito, o PMDB terá cargos na Esplanada. Muitos cargos.

Escrito por Josias de Souza

Os números de Mendonção

Cacique do grupo Mendonça, tarimbado em disputas proporcionais – está no 11º – o deputado José Mendonça Bezerra faz um prognóstico diferenciado do que vem sendo visto pela mídia em relação à eleição da bancada federal. Segundo ele, a coligação PMDB-PSDB-DEM-PPS, que se formará em torno da provável candidatura de Jarbas a governador, elege entre oito a nove deputados federais.

Ele prevê que os 10 principais candidatos – Mendonça Filho (DEM), Helena Guerra (PSDB), Tony Gel (DEM), Bruno Araújo (PSDB), Bruno Rodrigues (PSDB), Raul Henry (PMDB), Edgar Moury Fernandes (PMDB), Raul Jungmann (PPS), Augusto Coutinho (DEM) e André de Paula – somam 1,2 milhões de votos.

“Isso é suficiente para eleger oito. Com o voto de legenda, as sobram nos permitem eleger nove”, disse Mendonção. A aritmética dele é baseada num coeficiente eleitoral em torno de 180 mil votos. Num cenário mais pessimista, o DEM, na sua avaliação, elege quatro e não dois como um jornal chegou a noticiar.

Mendonção baliza seus números mais otimistas num cenário em que a oposição possa contar com uma candidatura forte e competitiva ao Governo do Estado, no caso o senador peemedebista Jarbas Vasconcelos. “Sem Jarbas, podemos sofrer baixas por causa do voto de legenda, mas não temos dúvida da sua candidatura”, afirmou.

Coluna de hoje na Folha

Pesquisa faz a festa de tucanos e petistas

A recente pesquisa do Ibope-CNI teve o dom de satisfazer o PT e o PSDB a um só tempo. Os companheiros, pelo crescimento dos percentuais de Dilma Rousseff, agora a cinco pontos de José Serra. E os tucanos por conta da conclusão de que, se as eleições fossem hoje, o governador paulista estaria eleito, dadas as projeções para o segundo turno: 44 a 39. Mesmo reconhecendo a rápida ascensão da candidata nas preferências populares, o PSDB sustenta que Serra ainda lidera a disputa sem fazer campanha, ao contrário da adversária.

Dizem seus líderes que quando lançar-se formalmente, dia 10 de abril, os números tenderão a crescer. Estabilizados, porém, já bastam para a vitória.O singular nessa pesquisa refere-se à candidatura de Ciro Gomes. Sem ele, Serra e Dilma sobem três pontos cada um. São seis. Como o ex-ministro e ex-governador do Ceará recebeu onze pontos, com seu nome na lista, indaga-se onde foram parar os outros cinco...

(Carlos Chagas)