"Cabral não ganha no grito"

Numa conversa, ontem, com este colunista, o governador Eduardo Campos (PSB) relevou o novo desabafo do seu colega do Rio, Sérgio Cabra l(PMDB), que afirmou que, no processo do pré-sal, o seu Estado estava sendo garfado por um demagogo com interesses eleitorais.

Cabral não citou nominalmente Eduardo, mas nem precisava, porque o único governador que enfrentou a sua ganância pelo controle absoluto dos royalties do petróleo foi o governante pernambucano. “Toda vez que ele (Cabral) diz uma besteira como essa mais se enfraquece no Congresso.

Na verdade, a sua bravura se justifica apenas para sustentar o seu discurso da campanha de reeleição no Rio”, avalia. Para Eduardo, numa negociação complexa e delicada como a de distribuição dos dividendos do pré-sal, ninguém ganha no grito, ninguém leva vantagem na força.

“A vitória não é minha, mas de todos os Estados não produtores, que passarão a ter uma participação justa nas áreas já licitadas do pré sal. De minha parte, não me cabe gritar ou espernear, mas dialogar e defender o justo diante de uma grande injustiça que estava traçada para os Estados não produtores.

O Nordeste faz parte da Federação”, afirmou. O governador acha que quanto mais Sérgio Cabral usar um discurso eleitoral mais inflamada ficará a base nordestina no Congresso.

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